quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Guerra das ilhas Malvinas (ou Falkland?)

Mapa indicando a localização das
Malvinas
Em 1982 a Argentina vivia sob pesada ditadura militar, que chegou a matar 30 mil pessoas. O regime autoritário instalado em março 1976, contudo, vinha enfrentando oposição: uma crise econômica se instalara no país trazendo desemprego, inflação, quebra de bancos e empresas e recessão econômica. Enfim, é claro que esse quadro gerou descontentamento.
Em abril desse ano, o presidente ditador argentino, Leopoldo Fortunato Galtieri encontrou uma “solução mágica”: unir o país em torno de algo. Esse “algo” seria as ilhas Malvinas. Alvo de disputa entre as coroas espanhola e inglesa, este território foi tomado da Argentina, recém emancipada, pela Inglaterra em 1833. Os britânicos passam a chamar a região de ilhas Falkland. Esta era, portanto, uma antiga reivindicação nacionalista dos argentinos.
No dia 2 de abril, o exército argentino desembarcou nas Malvinas, ocupando a ilha. Tudo parecia ir bem, mas faltou “combinar com os russos”, ou nesse caso, com os ingleses. Eles não pretendiam abrir mão da soberania da região e numa estratégia semelhante a de Galtieri, a primeira-ministra Margareth Thatcher  decidiu enviar tropas para intervir na região. Claro que investida inglesa pode ser vista como uma forma de neocolonialismo.
Bandeira das Malvinas.
Observem a bandeira do Reino Unido acima à esquerda.

A Argentina esperava apoio dos EUA, afinal, os americanos eram beneficiados pela ditadura do nosso país vizinho. Mas não foi isso o que aconteceu. A Argentina ficou sozinha na disputa e não foi páreo para os soldados de Sua Majestade. A guerra foi relativamente breve, durou dois meses, o suficiente para matar cerca de 700 argentinos. Jovens que foram mandados por um grupo de generais para um território inóspito lutar por sua pátria. Que é o que geralmente acontece numa guerra. Até hoje a guerra, assim como todo o período da ditadura, é um trauma do povo desse país.
Leopoldo Galtieri, ditador
argentino em 1982.

Margareth Tatcher passando
a revista nas tropas inglesas que foram
às Malvinas (ou Falkland).

A derrota na guerra apressou o fim da ditadura. Em junho de 1982, Galtieri renunciou e no final do ano seguinte ocorreram eleições diretas para presidente.
A disputa entre Inglaterra e Argentina, porém, não terminou em 1982. Por exemplo: na Copa do Mundo de 1986 o jogo entre os dois países foi marcado por essa rivalidade (além de dois do Maradona: um golaço e outro com a mão). Recentemente tivemos ecos da Guerra das Malvinas. Em 2012 completam trinta anos do conflito. Os ingleses descobriram petróleo nas Ilhas Falkland, o nome que dão as Malvinas, nos anos 90. No início do mês de fevereiro, mandaram uma poderosa frota naval, o que para a Argentina significa a militarização britânica do Atlântico Sul. O principal navio de guerra inglês está na região. Até o príncipe William chegou ao arquipélago. Essa situação gerou um certo desconforto diplomático. A Argentina já recorreu à ONU, reclamando dos abusos da Inglaterra. Como se vê, a questão das Malvinas, ou Falkland ainda não está resolvida.

Nenhum comentário: